A maior lenda relacionada ao livro Para Sempre Ana não está dentro dele, mas fora. Se você leu o livro, não deixe de dar sua opinião.

A lenda: "a narrativa de Para Sempre Ana é não-linear."

Um amigo que leu o livro Para Sempre Ana criou uma tese com a qual acabei concordando. Ele me perguntou por que está lendo por aí (inclusive na contracapa do livro rsrs) que há uma não-linearidade na narrativa, já que uma simples viagem ao passado não daria essa característica ao texto.

O livro se divide em três partes. Realmente, vejam como elas possuem mesmo uma trajetória linear:

Borda Arredondada sem utilizar imagens
Parte I (capítulo 1 ao 7):
A Parte I se passa linearmente (sem idas e vindas) entre os anos de 1993 e 1996, começando na tão comentada festa natalina promovida por Nestor Rigotti, em que Ana aparece com o filho Caio no colo. O único “percalço cronológico” da Parte I está no curto primeiro capítulo, uma espécie de introdução para dar suspense à história, que mostra dois fatos rápidos acontecidos em 2011 (Caio Rigotti chega a Três Luzes em busca da mãe e, na praça da cidade, sente uma energia que o impele até a igreja) e no ano 2000 (Carlos Rigotti é encontrado morto, com os pulsos cortados, em uma cela da delegacia de Três Luzes).

A Parte I se encerra com a descoberta da carta enviada pelo misterioso sr. Dos Anjos. Ela faz revelações que destroem a reputação de Ana, mas a moça implora uma chance de mostrar que tudo se trata de um mal-entendido. E passa a narrar a história de sua vida.


Parte II (capítulo 8 ao 11):
Essa parte conta a história de Ana de forma absolutamente linear. Assim, o leitor vai de 1964 a 1994 sem idas e vindas no tempo. A única exceção está no minúsculo capítulo 9, no qual a narrativa volta rapidamente a 2011 para mostrar o que Caio encontrou na igreja.

Parte III (capítulo 12 ao 18):
A Parte III se inicia onde acabou a I, ou seja, começa com Ana terminando de contar sua história e mostrando que a carta, mesmo tendo sido escrita de boa-fé e com base em aparentes verdades, pode estar equivocada em pontos cruciais. A Parte III segue em absoluta linearidade, sem exceções, indo de 1996 a 2011 sem qualquer mínimo avanço ou retrocesso no tempo.

Pois é! Agora eu fiquei com a certeza de que Para Sempre Ana é tão “não-linear” quanto Água para Elefantes, Titanic, Tomates Verdes Fritos ou qualquer outra história que apresenta uma simples volta ao passado para clarear o presente. E com base nisso tudo que falei (ou parafraseei), digo que a maior lenda relacionada ao livro Para Sempre Ana não está dentro dele, mas fora. A lenda seria: a história do livro é não-linear. Alguns leitores têm essa (falsa) impressão talvez por se preocuparem demasiadamente com as datas que encimam cada parte do texto, que, na verdade, só estão lá para olhadelas eventuais. De fato, é possível ler quase todo o livro sem nem ligar para elas. Em resumo, eu diria que a narrativa dos 18 capítulos de Para Sempre Ana é absolutamente linear, com raríssimas exceções (capítulos 1 e 9) que não justificam a tese contrária. O que vocês acham?
Um grande abraço!

6 comentários:

Cármen Machado disse...

Olá, pessoal!
Bem eu, como uma das que adotou a tese da "lenda", acho que o mergulho foi realmente profundo e a ideia de "memória narrativa" leva-nos mesmo pra lá e pra cá no tempo.
Saudações!
Cármen.

Ju disse...

Vixi... vou ter que ler de novo! rs... E lerei com prazer, mas vai ter que esperar um pouquinho porque a fila de leitura está imensa! =)

Me pareceu que a narrativa era não-linear mesmo (até escrevi isso na resenha, hehe...). Mas é que me envolvi MUITO com a história e nunca conseguiria fazer essa reflexão sobre ser uma impressão ou a verdade.

Ju
entrepalcoselivros.blogspot.com.br

Rapha disse...

hehehehe eita Sérgio, achei que já haviamos discutido bastante sobre o livro por e-mail, mas vejo que há ainda muitoooo mais assunto rsrs

Nao havia parado pra pensar nisso, mas agora, dps de ter ficado bem confusa, confesso que concordo que o livro é linear mesmo.. a principio, o entendimento que se tem é de que é nao linear, mas olhando bem é apenas uma volta ao passado pra explicar o presente, ou como se chegou ao presente..

Enfim.. é só o meu ponto de vista pq vai ter gente que afirmará ser nao linear.

Beijos
Rapha ~Doce Encanto

Paloma Viricio disse...

Oi Sérgio! Seu comentário não foi recusado. kkkk È que os comentários passam por moderação antes de aparecer no blog. Me desculpe, não pude moderar nos últimos dois dias e acabou atrasando tudo. kk
Eu vou publicar sua entrevista hoje (04/04) e te mando o Link!^^
Beijos!
http://palomaviricio.blogspot.com.br

Sergio Carmach disse...

Oi, Paloma. kkk Eu sei que não. É claro que nem preciso dizer, mas estava de galhofa (galhofa? rsrs). O seu comentário acima, aliás, quase foi censurado kkk.
Bjs.

Unknown disse...

Livros não-lineares me prendem muito mais!

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